Ariane Caldas
Fundhas
O olhar atento demonstra o cuidado de Cynthia Cristina de Morais, 31 anos, na manipulação da vacina. A estudante do curso técnico de enfermagem foi convidada, com os colegas de turma, a participar da campanha de vacinação da covid-19 durante o estágio supervisionado do Cephas (Centro de Educação Profissional Hélio Augusto de Souza).
Ao contar sobre as experiências e desafios que o novo coronavírus trouxe, nem a máscara escondeu a emoção.
A aluna explicou que o estágio começou em outubro do ano passado e que, de lá pra cá, toda a turma passou por diversas unidades de saúde atuando na linha de frente. “Eu não sou formada ainda, mas pelas oportunidades que tive, já sinto que estou salvando vidas. Isso é muito bom!”, disse.
O mesmo sentimento é partilhado por Ingrid Gonçalves, 23 anos, que avalia a experiência do estágio de forma muito positiva e transformadora. “A sensação é incrível. Todas as profissões são importantes, mas é na área da saúde que consigo, de fato, fazer a diferença na vida de alguém.”
Durante a vacinação, um momento especial chamou a atenção. Cynthia aplicou a 2ª dose da vacina na própria professora. “A responsabilidade é grande, mas sinto como se estivesse retribuindo um carinho a ela por toda dedicação e cuidado ao longo do curso”, disse.
Orgulhosa da profissão que escolheu, a estudante explica que a jornada na área da saúde nem sempre foi fácil. No período da manhã, Cynthia trabalha em um escritório de contabilidade e concilia os estudos à tarde com as atividades de casa e o cuidado com os filhos. “Desde os 18 anos eu tenho carinho especial pelo cuidado com o próximo, mas a vida me levou para outros caminhos, tive que priorizar ter um emprego e sustentar a minha casa”, afirmou.
Para Cynthia, a recompensa de todo esforço vem em forma de agradecimento. “Hoje faço o que eu sempre quis. A cada aplicação sinto que estamos a uma injeção mais perto de tudo isso acabar. O olhar de gratidão e um muito obrigado faz tudo valer a pena.”
Quando perguntadas sobre medo, as meninas não esconderam. “Senti muito medo, principalmente no primeiro dia do estágio. Era tudo muito novo e o clima de incertezas me deixava ainda mais nervosa”, disse Cynthia.
Mas a vontade de ajudar e crescer profissionalmente falou mais alto. “Eu senti muito medo por ter asma, mas entreguei à Deus, hoje lido muito melhor com as situações e já perdi as contas de quantas vacinas apliquei”, afirmou Ingrid.
Futuro
Sobre o futuro, as estudantes seguem confiantes e animadas. “A minha vida não será mais a mesma. Como profissional me sinto transformada e essa experiência está me preparando para outros desafios”, disse Ingrid.
Cynthia completou dizendo que como enfermeira espera fazer a diferença na vida de outras pessoas e continuar orgulhando os filhos.
Ao todo são 27 alunos do curso técnico de enfermagem prestando apoio na campanha de vacinação. A oportunidade surgiu da parceria entre Cephas e Secretaria de Saúde do município.
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